Sabemos, sem sombra de dúvida, com base nos dogmas infalíveis da fé católica e no antigo testemunho dos primeiros cristãos, que o corpo da Santíssima Virgem Maria foi elevado ao céu no final da sua vida terrena. Mas e o cônjuge dela?
Nenhum santuário na terra afirma ter os restos mortais de São José. Temos santuários com as relíquias dos primeiros mártires, contemporâneos de Nosso Senhor, São João Batista, dos Apóstolos e até dos Profetas do Antigo Testamento. Mas por que não existem relíquias do pai adotivo de Nosso Senhor?
São Francisco de Sales referiu-se a este fenômeno como prova de que São José possui seu corpo no Céu:
“…não devemos de forma alguma duvidar que este santo glorioso tenha grande crédito no Céu com Aquele que o favoreceu tanto a ponto de elevá-lo a isso tanto de corpo como de alma; o que é mais provável porque não temos nenhuma relíquia dele aqui na terra; e parece-me que ninguém pode duvidar desta verdade. Pois como poderia Aquele que lhe foi obediente durante todo o tempo da sua vida, ter recusado esta graça a São José?”
Ele continua:
“E se é verdade, como devemos acreditar, que em virtude do Santíssimo Sacramento que recebemos, nossos corpos ressuscitarão no dia do julgamento, como podemos duvidar que nosso Senhor fez subir com Ele ao Céu em de corpo e alma o glorioso São José que tantas vezes teve a honra e a graça de carregá-lo em seus benditos braços, nos quais Nosso Senhor teve tanto prazer? Oh, quantos beijos Ele lhe deu ternamente com Sua boca abençoada, para recompensar, em certa medida, seu trabalho!
Ele conclui em termos bastante claros:
“S. José, então, está no Céu em corpo e alma. Não há dúvida disso.”
E ele não está sozinho. Séculos antes, São Bernardino de Sena, o grande promotor do Santo Nome de Jesus, afirmou:
“Podemos acreditar piedosamente, mas não afirmar, que o Santíssimo Filho de Deus, Jesus, coroou Seu pai adotivo com o mesmo privilégio que deu à Sua Mãe: que assim como Ele a assumiu no Céu corporalmente e gloriosa na alma, assim também no dia em que Ele ressuscitou, levou José consigo na glória da Ressurreição”.
Bernadino pregou em um de seus grandes sermões, acrescentando:
“Assim como esta família gloriosa, Cristo, a Virgem e José, habitaram juntos na terra nos trabalhos da vida e na graça amorosa, agora eles reinam no Céu em glória amorosa. do corpo e da alma.”
Também tem sido piamente acreditado, e ensinado por muitos santos, que São José nunca foi culpado de qualquer pecado pessoal. O apoio bíblico para este ensino é encontrado na descrição de São José como um “homem justo” (cf. Mateus 1:19), o que essencialmente significa que ele está 'bem diante de Deus'. Também faz sentido que, como São José viveu dia após dia com a Virgem Imaculada e Imaculada e o Verbo Encarnado Perfeito e Imaculado, Deus lhe tivesse dado as graças superabundantes necessárias para não cair em pecado pessoal venial ou mortal.
A tradição afirma ainda que São José foi purificado do pecado original ainda no ventre de sua mãe (semelhante a São João Batista). Se não tivesse sido purificado do pecado original e não lhe tivessem sido concedidas graças extraordinárias para resistir aos efeitos da concupiscência, não teria sido capaz de perseverar na vida sem culpa e sem pecado.
Sabemos que a morte entrou no mundo através do pecado de Adão (cf. Romanos 5:12) e que “o salário do pecado é a morte” (Romanos 6:23). Assim, dada a santidade pessoal de São José, é teologicamente consistente sustentar que Deus lhe teria concedido a graça de levar corpo e alma ao Céu.
São José, rogai por nós!
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