A SANTA E O MILAGRE DA FOICE


A SANTA E O MILAGRE DA FOICE
13 de setembro – Santa Notburga, Virgem
Padroeira dos camponeses e dos pobres.

“Quem se compadece do pobre empresta ao Senhor, e Ele lhe dará a sua recompensa.” (Provérbios 19,17)

Rottenburg, pequena aldeia do Tirol, é a terra natal de Notburga. Os pais eram camponeses e educaram a filha no santo temor de Deus e na prática das virtudes cristãs. Notburga era um modelo de virtudes, que deviam ser o adorno da donzela cristã. Era principalmente a caridade, a bondade de coração que todos nela admiravam, e que tanto a fazia adiantar-se na santidade.

Tendo dezoito anos, empregou-se a serviço dos senhores de Rottenburg e nessa colocação pôde satisfazer, como satisfez, os desejos ardentes de socorrer os doentes, pobres e necessitados. Os amos, o conde Henrique e sua mulher Jutta, ambos muito piedosos, davam-lhe ampla liberdade para exercer a nobre missão de esmoler. As esmolas que a fiel empregada distribuía diariamente atraíam as bênçãos do céu sobre a família. À esmola material Notburga unia sempre a espiritual: a palavra consoladora, o conselho prático, a exortação que fazia aos pobres de andarem sempre na conformidade com a santa lei de Deus.

Seis anos ficou Notburga no castelo de Rottenburg, quando morreram os amos. Estimada por todos, quiseram o jovem conde e sua mulher, Otília, que permanecesse no seu emprego. Otília, porém, não era caridosa e, vendo Notburga distribuir tanta esmola, aborreceu-se e determinou que os restos da comida, em vez de serem dados aos pobres, fossem aproveitados para os porcos. Para que nada faltasse aos pobres, Notburga tirava do que era seu, continuando assim a praticar a caridade à própria custa.
Tanto mais se indignava a fidalga, que na beneficência da empregada via uma humilhação para a patroa. Não mais se contendo, relatou tudo ao marido, acusando Notburga de deslealdade e queixando-se do ajuntamento de pobres e necessitados em sua casa, o que, a seu ver, era um abuso, chegando até a chamar de ladra a quem tanta caridade fazia. O conde quis pessoalmente verificar o que havia ou não havia, e surpreendeu Notburga quando ia visitar os pobres, levando, como de costume, alguma provisão no avental.
— Que é que levas em teu avental, Notburga? Deixa-me ver — disse-lhe o conde.
Notburga, com muita naturalidade, abriu o avental e mostrou-lhe pão e carne, restos da refeição, que guardara para os pobres. O conde, porém, viu apenas uns gravetos, do que muito se admirou. Dessa maneira ficou rebatida a acusação da condessa, a qual, em vez de dar a coisa por acabada, à maneira de pessoas rancorosas, maliciou o procedimento de Notburga, como se esta quisesse pô-la em ridículo. 

Quando Notburga voltou à casa, foi recebida grosseiramente pela condessa, a qual, não satisfeita em cobrir de baldões a empregada, demitiu-a do serviço.
Notburga sofreu tudo calada, saiu do castelo e empregou-se numa fazenda. A vida solitária da roça, os trabalhos em casa e no campo, muito lhe agradaram. Algum tempo depois, soube que a condessa tinha adoecido gravemente. Notburga, que por completo desconhecia o que era rancor, foi ao castelo para fazer uma visita à senhora, de quem tantas injustiças sofrera. A condessa mandou-a entrar, recebeu-a muito bem e pediu-lhe perdão por tê-la tratado tão asperamente. Notburga comoveu-se com a triste condição em que achara a antiga patroa e tornou-se-lhe fiel enfermeira, até que a morte a livrou dos padecimentos.

Morta a condessa, Notburga voltou ao serviço do campo. Aconteceu que, na tarde de um dia — que era um sábado — Notburga, ao toque do Angelus, como era de costume, quis dar por terminado o trabalho. Fora essa a condição sob a qual se empregara: poder dispor do tempo depois do Angelus e nas vésperas de dias santos. O feitor insistia para que naquele dia fosse cortado todo o cereal que estava no campo. Vendo a insistência resoluta e enérgica do feitor, Notburga levantou ao céu a gadanha e disse:
— Esta gadanha há de decidir a questão.
Retirando-a do campo, a foice conservou-se suspensa no ar. Ao ver tal maravilha, o feitor pediu perdão à donzela e prometeu não mais exigir trabalho depois do Angelus.

O conde Henrique sofreu ainda muitas outras contrariedades e os infortúnios vieram-lhe uns sobre os outros. O maior foi a inimizade do irmão, Sigerfredo, que lhe invadiu o território, devastando-o. O conde lembrou-se então de Notburga e das injustiças que lhe foram feitas, dos maus-tratos de que tinha sido objeto, atribuindo à má sorte essa circunstância. Pessoalmente foi ter com a donzela, convidando-a e pedindo-lhe que voltasse ao castelo, sob garantia de lhe ser dada a liberdade no exercício das obras caritativas. Notburga atendeu ao pedido do conde e sua volta a Rottenburg deu aos habitantes muita alegria. 

A segunda esposa do conde era, como Notburga, uma verdadeira mãe para os pobres. Era visível como pela volta de Notburga ao castelo, para lá voltaram a paz e a concórdia. Sigerfredo, à insistência dela, reconciliou-se com o irmão e chegou ao grau de grande prestígio. Com a Santa ficou em serviço do castelo do conde até o fim dos seus dias, isto é, dezoito anos, e morreu a 14 de setembro de 1313.
O quarto ocupado por Notburga foi transformado em capela e, sobre o túmulo da Santa, na capela de São Roberto, em Eben, foi construída uma bela igreja. A festa de Santa Notburga é comemorada no dia 13 de setembro.

Exemplo para a Igreja Doméstica
Santa Notburga nos mostra como a fidelidade a Cristo não depende da condição social ou da aprovação dos poderosos, mas de um coração totalmente entregue a Deus. Mesmo sendo criada de uma casa nobre, ela soube colocar o amor ao próximo acima das ordens injustas e guardou a fé até o fim. Para as famílias de hoje, fica o exemplo da caridade concreta com os pobres e da confiança na Providência, mesmo em meio às intrigas e perseguições.

Oração
Santa Notburga, amiga dos pobres e fiel serva do Senhor, ensinai-nos a viver com simplicidade e amor, a socorrer os necessitados e a confiar sempre na Providência divina. Ajudai nossas famílias a permanecerem firmes na fé em meio às provações destes tempos. Amparai-nos em nossas necessidades e alcançai-nos a graça de sermos fiéis até o fim. Amém.

Meditação para o dia
“Buscai primeiro o Reino de Deus e a sua justiça, e tudo o mais vos será dado em acréscimo.” (Mt 6,33)

Propósito do dia: Ajudar alguém necessitado de forma concreta — seja com alimento, com tempo ou com palavra de consolo.

Paróquia Sagrada Face de Tours:

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Paróquia Sagrada Face de Tours: o dia todo rezando com você

Uma paróquia de leigos para leigos, criada por Nosso Senhor.

Prof. Emílio Carlos

Pároco Leigo